domingo, 7 de agosto de 2011

If you could only see the bitch you made of me...



Quando eu fiz esse blog, no final de 2007, eu precisava de um espaço onde eu pudesse mostrar às pessoas o quão bem eu sabia escrever, o quão legal e descolado eu podia ser, o quão perfeita era a minha vida. Naquela época, no segundo período da graduação e com 18 anos de idade, eu ainda não tinha entendido muito bem o meu lugar no mundo. Na verdade, ainda não consegui resolver essa questão que me persegue, mas acho que aprendi bastante de lá pra cá. Não sei exatamente o que, mas sei que alguma coisa mudou. Agora, por exemplo, eu não preciso mais mostrar pra ninguém que eu sou bom em alguma coisa, porque, mesmo que eu seja de verdade, ficar gritando isso aos quatro ventos não vai fazer diferença nenhuma. Pior ainda, vai me fazer parecer pedante. E tá aí uma coisa que eu odiaria.

Se o que eu buscava quando decidi começar a escrever aqui era auto-afirmação, hoje eu percebo que o meu objetivo é diferente. Acho que agora a intenção é me descobrir outra vez. Porque, de alguma maneira, eu não sei mais o que eu quero. Não sei mais quem eu sou.

Longe de mim querer parecer um pobre coitado, sem rumo na vida. Não é bem assim. Não sinto pena de mim e não quero que ninguém sinta. Não busco compaixão, não quero a misericórdia de ninguém. Não me sinto triste mas também não sou mais a pessoa irritantemente alegre de alguns anos atrás. As circunstâncias fizeram de mim uma pessoa meio cética, meio incrédula. Isso levou um pouco do encanto que eu via nas coisas, um pouco do brilho e das luzes coloridas. Talvez as balas do plano de fundo não se apliquem mais. Mas, enfim, o que eu quero dizer com tudo isso é que as coisas mudaram bastante e, se eu estou escrevendo tudo isso hoje, não é por conta de uma necessidade infantil de ser reconhecido entre os meus semelhantes.

Excluí alguns posts antigos porque não entendia mais o sentido de eu ter resolvido compartilhar todas aquelas coisas. E talvez exclua mais alguns, que não fazem a menor diferença. Tenho pensado muito na minha vida. Tenho pensado muito na vida. Acho que chegou a hora de fazer as coisas de um jeito diferente. Talvez eu tenha que mudar para que todo o resto mude. Talvez eu tenha que admitir que até aqui eu agi com covardia, que eu tive medo de assumir as consequências e me escondi dos meus problemas atrás de uma imagem de eterna tranquilidade e paz de espírito, mesmo tendo consciência do meu caos interior.

Pode não parecer, mas não escrevo nada disso com pesar ou como se eu estivesse em desespero. Não, não é nada disso. Eu me sinto muito bem, pra falar a verdade. E quero continuar assim. Eu sei que os meus problemas não vão se resolver tão facilmente, ou talvez nunca se resolvam. Sei que talvez eu precise de terapia pro resto da vida. Mas também sei que eu gosto muito de mim pra desistir de ser quem eu sou.

I'm going back to the start

É. Voltei. Acho que é isso.